16 de junho de 2011

O verdadeiro mestre.

Hoje vou procurar usar meu texto na primeira pessoa:  "eu".
Hoje com 46 anos ainda estou à procura de respostas e acredito que passaremos nossa vida inteira em torno dessa busca.
Dúvidas, inseguranças, medos sempre me permearam em grande parte da minha vida, sempre procurando me esquivar, encontrar o caminho mais curto para suprir a  dor. Procurei determinados atalhos e via depois que eles só serviram mesmo para arrastar mais ainda meus problemas para frente.
Procurei por todos os lados novos caminhos, mas acima de tudo procurava de forma tenaz um mestre.
Aquele mestre que pudesse me guiar, me aconselhar ou até mesmo tomar minhas dores mais dolorosas.
Procurava em todos os cantos do mundo, onde quer que eu estivesse eu procurava, procurei em quase todas as religiões e percebi que elas podiam me ajudar até um certo ponto, depois dali elas me ofereciam somente seus próprios dogmas e preceitos que não me serviam de nada, muito pelo contrário, só me faziam me sentir incompleto e às vezes frustrado.
Quando alguém me trazia uma informação saía correndo atrás daquilo que pudesse me ajudar, me salvar daquele torpor de sofrimento que me consumia.
Ainda procurava muitas respostas e esperava uma tábua de salvação. Quando alguém me falava de alguém, imediatamente a procurava para que ela pudesse obter todas as minhas respostas.
Me apresentaram mestres, gurus, guias espirituais, mas tudo em vão.  Minhas esperanças corriam ralo abaixo e sempre me decepcionava, quero deixar bem claro que a decepção não era com nenhum deles, mas infelizmente não encontrava as respostas que eu procurava, ficava sempre a ver navios.
Rezava, chorava, esperniava diante de todos os acontecimentos da minha vida e desesperadamente me colocava de joelhos perante a Deus e me entregava em prantos achando que estava por um fio.
Comecei a fuçar tudo, comecei a estudar, pesquisar, procurar em todo o tipo de leitura fosse ela auto-ajuda ou espiritual.
De todas as formas procurava tentar entender e buscar as respostas para minhas questões.
De vez em quando ficava feliz pois achava que tinha encontrado aquilo que eu queria, mas era em vão, tudo muito perecível, me faltava consistência.
Depois de muitos estudos comecei a encontrar meu próprio caminho mas ainda em busca do meu mestre, aquele que eu queria encontrar de qualquer forma.
Comecei a botar em prática tudo o que tinha aprendido no decorre do aprendizado. Chegava a pensar que não fosse conseguir dar conta, achava que sem um mestre me auxiliando eu não iria conseguir.
Mais uma vez caía em depressão, chorava, choramingava nos quatro cantos e pedia pelo amor do próprio  Deus uma ajuda.
Quero um mestre!  Quero alguém para me auxiliar!  Quero alguém que possa me suportar!
Continuei incessantemente estudando e aprendendo, aplicando e resolvendo.
Depois de um certo tempo deixe pra lá a idéia de achar um mestre, um guru, um guia.
Comecei a me testar, comecei a me ver de forma diferente, com a cara e a coragem.
Tive coragem, tive medos, tive dor, mas eu mesmo persistia, pois lá no fundo algo me dizia que estava percorrendo  o caminho correto.
Existe uma carta no taro chamada O Eremita,  eu me sentia como ela, no fundo da minha caverna, somente a pensar e a indagar.
Me isolava de todos, me isolava de tudo para tentar ouvir algo no meu silêncio.
Acreditava em muita coisa, mas infelizmente não acreditava no melhor: em mim mesmo.
O meu novo caminhar começou a exigir de mim mais esforços, uma nova postura, uma nova atitude a respeito de mim mesmo, comecei a me dedicar então ao amor.
Amor, isso mesmo amor! comecei a me dedicar a ele sem restrições, amor por mim mesmo, amor incondicional, aquele que não pede nada, aquele que lhe dá tudo.
Depois dessa nova atitude tudo começou a ficar claro para mim, tudo ficou mais brilhante, tudo ficou mais conectado por assim dizer.
A conexão estava exatamente dentro de mim e não fora como eu imaginava.
Não era preciso olhar para o céu para ver ou sentir algo, era necessário simplesmente respirar e olhar para dentro de mim, só isso!
Era tudo muito simples mas aí veio novamente o desejo de encontrar um mestre.
Comecei novamente tudo errado, procurava incessantemente alguém para me dizer algo, alguém que pudesse aprovar minhas idéias e minhas atitudes, alguém que pudesse dizer se estava certo tudo.
Procurava mais uma vez desesperadamente alguém que pudesse me viabilizar tudo muito rápido, não queria mais perder tempo.
Procurei, escarafunchei e não achei.
Depois de tantas demonstrações de sinais, depois de tantas sincronicidades, depois de tanto pedir, depois de tanto implorar e te tanto esperar acabei achando meu mestre.
Meu Grande Mestre Espiritual que sonhei por tanto tempo em encontrá-lo..........
Eu o achei!!!   achei mesmo, graças a Deus e a graças a mim.
Esse mestre?   A vida!!!!!!
O mestre que tanto procurei estava diante de mim o tempo todo, isso mesmo o tempo todo no meu pé.
A vida é meu mestre,  meu único e verdadeiro mestre.
E na vida existe tudo o de melhor que você possa desejar porque nessa vida existe Deus.
Uma bom final de semana a todos.
Teruo Yamada